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Crítica | Golpe de Sorte em Paris: A pura essência de Woody Allen

Golpe de Sorte em Paris, no original “Coup de chance”, é um longa escrito e dirigido pelo renomado Woody Allen, que por si só já atrai o público levando em conta sua ótima filmografia, e também por descobrir como depositará sua genialidade e humor em uma nova obra.

Há um trailer curto, e que inicialmente retrata apenas um filme romântico com uma pitada de drama, mas aos poucos a trilha sonora com tema investigativo desperta um pouco de curiosidade(mas talvez não o suficiente para desejar assistir o longa).

Enredo de Golpe de Sorte em Paris

Inicialmente vemos os personagens principais da trama, que são o casal Fanny(Lou de Laâge) e Jean(Melvil Poupaud), ambos bem sucedidos profissionalmente e com uma relação invejável, que aos poucos se mostra conturbada pois Jean é um homem narcisista que vê Fanny como um troféu, desejando exibi-la por sua beleza e juventude, além de tratá-la como sua propriedade sendo possessivo. Logo no início, uma questão fica no ar: de onde vem a fortuna absurda de Jean? Um leve spoiler: essa questão não será respondida. Seria esse é um golpe de sorte?

Fanny reencontra Alain(Niels Schneider), um antigo colega de escola, em seu caminho para o trabalho. Apesar de casada, ela o encontra em vários momentos e se envolve em um romance, enfrentando conflitos sobre as decisões que tomou no passado. Durante os encontros, eles discutem suas vidas atuais e as possibilidades não realizadas de sua juventude, trazendo à tona questões amorosas e nostálgicas. Essas cenas e conversas se assemelham às do filme Antes do Pôr-do-Sol, de Richard Linklater.

Fanny e Alain durante um passeio em uma das ruas de Paris em cena do longa "Golpe de Sorte em Paris"

Cinematografia de Golpe de Sorte em Paris

Na filmagem e fotografia a câmera é objetiva(terceira pessoa) e conta com um enquadramento aberto deixando claro tudo o que ocorre ao redor, permitindo que o espectador veja os acontecimentos sob seu próprio ponto de vista. Os tons são frios remetendo ao outono, onde as cores verde e amarelo se destacam, chamando muita atenção, principalmente em áreas de vegetação.

Para que houvesse grande aproveitamento dessas características, boa parte do longa se passa em locais externos na intenção de mostrar toda a beleza parisiense. A paisagem colorida mostra como a vida de Fanny é maravilhosa com seu amante, enquanto a casa em que ela reside com Jean é toda branca e com luz fria, remetendo ao relacionamento: morno e sem emoção. Jean tem uma certa obsessão por um trem de brinquedo que o faz lembrar de seu passado. Ele é o único local na casa que possui cor, e mostra como ele possuía sonhos leves enquanto jovem, e a perca desse brilho após seu amadurecimento.

Assista ao trailer legendado:

Roteiro

O longa se revela como um thriller, com trilha sonora que colabora para criar uma atmosfera investigativa, culminando em um assassinato repentino. Com roteiro simples e classificação para 12 anos, o longa é realista e cativante, mantendo o espectador interessado. No entanto, a falta de aprofundamento psicológico dos personagens sombrios prejudica cenas que deveriam ser mais tensas.

Considerações finais

No geral, o longa se destaca e entrega mais do que o prometido com plot twists trágicos, mas surpreendentemente cômicos que divertem do início ao fim, e um desfecho praticamente imprevisível, satisfazendo o espectador com o que foi proposto.

Nota: 9/10

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Nota

9/10
9 / 10
9
9
NOTA GERAL
Cosplayer, crítica de cinema e jornalista.

2 Comments

  • Brenda Quinta 14/09/2024

    mds deu até vontade de ver o filme!! amei a crítica

  • Amanda Antonelli 14/09/2024

    Quero assistir esseeee

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