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Livro: A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões

Olá Pessoal!!

Confesso que quando vi essa capa lindíssima do livro já quis. Não nego que a pequena sereia sempre foi minha favorita, sempre a achei ousada, animada, aventureira, cheia de vida. Pois bem, esse livro me fez enxergar além, a fantasia e a realidade contada de forma intrínseca. Já imaginava que não seria com o conto da Disney já que é uma releitura da história original de Hans Christian Andersen, mas jamais pensei que pudesse me abalar tanto.

 

Lançado pela editora Darkside (que sempre me ganha pelas edições lindas e bem feitas), escrita por Louise O’ Neill, que é escritora e jornalista, o livro está muito além de um conto com final feliz.

 

 

 

O livro conta a história de Gaia, nome dado pela mãe, mas que não é utilizado, sendo chamada por Muirgen, carrega o peso de ter perdido a mãe, ter um casamento arranjado, um pai controlador em uma sociedade onde sequer pode abrir a boca para contestar ou dar suas ideias. Seu sonho é ir além do reino de seu pai e poder ver a vida acima do mar. Em seu aniversário de quinze anos, único momento permitido para olhar acima do mar, Gaia avista um rapaz em um naufrágio e acredita que deva salva-lo e conhece-lo.

A partir da necessidade de encontrar novamente seu protegido e fugir das amarras de uma sociedade machista, Gaia vai para o tudo ou nada e com muita coragem e determinação corre atrás do que acredita. Porém a realidade é muito mais dura, dolorida e escura, e Gaia se vê solitária, condenada e cheia de mistérios em volta do sumiço da mãe.

 

 

 

Louise O’Neill apresenta uma história sobre empoderamento e força feminina. Com narrativa e olhar afiados, a autora ainda desenvolve aspectos do conto original que passaram batido, como o relacionamento de Gaia com as irmãs e as camadas complexas da Bruxa do Mar.

Um dos livros que mais indico pois mostra a luta de nós mulheres pelo nosso lugar, pela nossa palavra e pelo nosso amor próprio. Com certeza irei reler esse livro várias vezes pois a mensagem mesmo enviada de forma dura nos dá força para lutar. No final é possível ver que como o livro a sociedade pode parecer muito linda e colorida, mas por dentro sempre se conta uma realidade cinza e amarga.

Trechos:

“Nunca me deixaram falar demais. Meu pai não é muito chegado em garotas curiosas, então eu simplesmente mordia minha língua”

 

“É o seu pai que tem insistido em me chamar de ‘bruxa’. Esse é simplesmente um termo que os homens dão às mulheres que simplesmente não tem medo deles, às mulheres que se recusam à submissão”

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