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Livro: Para Toda a Eternidade – Conhecendo o mundo de mãos dadas com a morte.

Oi pessoal!!

Na resenha de hoje vamos falar sobre um assunto que reuni diversas emoções como medo, tristeza e curiosidade, a morte! Nesse segundo livro lançado aqui no Brasil com o título de “Para Toda a Eternidade” o confronto é direto. Caitlin Doughty, é uma agente funerária americana, que desde cedo se viu ligada a morte. Em seu primeiro livro “ Confissões de um crematório” ela introduz o leitor em histórias reais do dia a dia de uma casa funerária. Já neste livro, Caitlin embarca em uma viagem percorrendo diversos países e estados em um turismo atípico.

 

Se tem uma coisa que não se existe solução, é a morte, única certeza da nossa vida. E saber disso pode levar um grande desconforto, falar sobre a morte, consolar a outra pessoa, pensar no próprio funeral e até conversar sobre isso com alguém, na nossa cultura, pode ser um grande tabu. Mas para Caitlin é algo necessário. Desmistificar o que ocorre ao redor da morte se torna necessário para que haja um preparo, aceitação e até um menor sofrimento quando tivermos que confronta-la. Através das palavras leves e engraçadas e das ilustrações lindas de Landis Blair, é possível compreender como outras culturas abordam e lidam com o tema enquanto abrimos a mente para como nos relacionamos com o fim da vida.

 

 

Desde a Indonésia, onde a autora observa uma cultura onde os mortos não são enterrados de primeira, mas sim colocados dentro de casa e assistidos apenas como doentes, o que pode levar anos; Caitlin embarca por lugares como La Paz, onde conhece as ñatitas bolivianas (que seriam crânios humanos que fazem ponte entre os vivos e os mortos oferecendo ajuda); Tóquio, onde encontra a cerimonia do kotsuage (onde parentes usam palitos para coletar os restos do familiar cremado) e até na Fiesta de Los Muertos ela tem um linda história para narrar.

 

De forma respeitosa, a autora nos insere em uma grande diversidade de culturas embasadas por fatos históricos, nos abre os olhos para que possamos analisar de forma diferente como podemos lidar com o luto e a morte. Apresentando soluções para seus questionamentos, inicia uma discussão sobre se existe um jeito certo para se despedir de quem ama. E o que parecia um tabu para nós lá no início do livro pode ser transformador para quem o termina. Dando uma lição de empatia, acolhimento, solidariedade, nos enriquece e alivia a partir de sua narrativa, nos mostrando que ainda temos muito a aprender. Confesso que me tocou de uma forma que não esperava, me mostrando o que nunca pensei ver. Um livro leve apesar do tema, que com certeza irei ler mais de uma vez.

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